“Quem deu crédito à nossa pregação? e a quem se manifestou o
braço do Senhor? Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que
sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para
ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e
rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como
um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso
algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e carregou
com as nossas dores; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e
oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por
causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como
ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele
a iniqüidade de todos nós. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca;
como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante
os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca. Pela opressão e pelo juízo
foi arrebatado; e quem dentre os da sua geração considerou que ele fora cortado
da terra dos viventes, ferido por causa da transgressão do meu povo? E
deram-lhe a sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte, embora nunca
tivesse cometido injustiça, nem houvesse engano na sua boca. Todavia, foi da
vontade do Senhor esmagá-lo, fazendo-o enfermar; quando ele se puser como
oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a
vontade do Senhor prosperará nas suas mãos. Ele verá o fruto do trabalho da sua
alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo justo justificará
a muitos, e as iniqüidades deles levará sobre si. Pelo que lhe darei o seu
quinhão com os grandes, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto
derramou a sua alma até a morte, e foi contado com os transgressores; mas ele
levou sobre si o pecado de muitos, e pelos transgressores intercedeu.” (Isaías 53:1-12)
A
cruz de Cristo é a mais eloqüente expressão do amor de Deus por você
Deus
ama você. Ele não escreveu essa verdade em letras de fogo nas nuvens, mas
revelou esse amor na cruz do seu Filho. Deus prova o seu próprio amor para
conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Você
é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a
si mesmo, deu o seu único Filho.
A
cruz de Cristo não foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a
eternidade
Cristo
veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser
o nosso substituto, representante e fiador. A cruz sempre esteve incrustada no
coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da
cruz. Ele marchou para ela como um rei caminha para a coroação. O amor de Deus
por você é eterno. A causa do amor de Deus está nele mesmo. Ele não desiste de
você.
A
cruz de Cristo foi o seu gesto mais profundo de sacrifício
Ele
deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido,
preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus se fez homem; sendo
senhor, se fez servo; sendo santo, se fez pecado; sendo bendito se fez
maldição; sendo o autor da vida, deu a sua vida.
QUEM
LEVOU JESUS À CRUZ?
A
morte de Cristo não foi determinada por fatores circunstanciais
Cristo
não foi morto porque os sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou,
porque Pilatos o entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu,
porque Pedro o negou, porque os soldados o pregaram na cruz.
Quem levou Jesus à cruz, então?
Os
nossos pecados levaram Jesus à cruz
V.
5 – “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades”.
V.
8b – “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”.
V.
12 – “levou sobre si o pecado de muitos”.
V.
4 – “Certamente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores
levou sobre si”.
O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da
cruz, fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi
moído pelos nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o
pecado. Na cruz ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre ele,
pois era o nosso substituto.
O
Pai o levou à cruz
V.
6 – “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”.
V.
10 – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”
V.
4b – “e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”.
Jesus
não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta critou: crucifica-o,
crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja;
Judas o traiu, por ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o
pregaram na cruz por crueldade. Ele foi cruz porque o Pai o entregou por amor.
Jesus
voluntariamente foi à cruz
V.
4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermiasdes e as nossas dores
levou sobre si”.
V.
10 – “quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado”.
V.
11 – “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos,
porque as iniquidades deles levará sobre si”.
O
apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si
mesmo se entregou por nós.
QUE
TIPO DE SOFRIMENTO JESUS SUPORTOU
Jesus
suportou o sofrimento moral e espiritual
Seu
sofrimento foi repulsivo. Ao vê-lo, “os homens escondem o rosto” (v. 3).
Seu
sofrimento não produziu compaixão nos outros: “e dele não fizemos caso” (v. 3).
Ele
teve experiência íntima e longa com o sofrimento: “homem de dores e que sabe o
que é padecer”.
Rejeição
– v. 3: “o mais rejeitado entre os homens”
Ele
foi rejeitado pelo seu povo = “Ele veio para os seus, mas os seus não o
receberam”.
Ele
foi rejeitado pelos religiosos da sua época = que lhe chamaram de fanático,
mentiroso, blasfemo, pecador, beberrão e até endemoninhado.
Ele
foi rejeitado pela mesma multidão que o aplaudiu = empolgada com seus milagres,
agora como uma turba, como uma corja sanguissedenta, grita diante de Pilatos:
crucifica-o, crucifica-o! Caia sobre nós o seu sangue!
Ele
foi rejeitado pelas autoridades romanas = Herodes, o grande quis matá-lo quando
infante. Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes, Antipas
o escarneceu.
Ele
foi rejeitado pelas autoridades judaicas = O sinédrio forjou testemunhas falsas
para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo. Cuspiram no seu rosto.
Ele
foi rejeitado pelos seus apóstolos = Judas o traiu, Pedro o negou, os demais o
abandonaram e fugiram.
Ele
foi rejeitado pelo próprio Pai – Quando Deus lançou sobre ele as nossas
iniquidades, ele foi feito pecado por nós. Nesse momento, sentiu o desamparo de
Deus e gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
Ele ainda é rejeitado = quando amamos mais o pecado e ainda ultramos o seu
Espírito e calcamos aos pés o sangue da eterna aliança.
Humilhação
– v. 3 – “e como um de quem os homens escondem o rosto”
O
Sinédrio o humilhou cuspindo nele. Os
soldados o humilharam o açoitando e resgando o seu corpo com fortes açoites,
colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça. Jesus
foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas agitadas de Jerusalém ao
lado de dois ladrões. Ele
foi humilhado pelo vozerio da multidão ao pé da cruz. Ele foi humilhado até a
morte e morte de cruz”. Ele
foi humilhado quando clamou que estava com sede e lhe deram vinagre para
agravar sua tortura.
Jesus
suportou o sofrimento físico
Semblante
desfigurado – v. 2 “…”
Não
havia beleza nele. Ele não aparência nem formosura. A nossa feiura moral estava
sobre ele. Todos os nossos horrendos pecados foram lançados sobre ele. Seu
rosto ficou desfigurado. Ele foi feito pecado, maldição. Seu corpo foi ferido. Ele ficou ensanguentado Seu corpo tornou-se cheio de
hematomas e chagas. Toda a nossa tragédia foi lançada sobre ele.
Torturas
crudelíssimas – v. 4b,5,10
Ele
ficou aflito, ferido, oprimido, traspassado, moído. Sofreu castigo. Ficou cheio
de pisaduras. Ele foi moído e enfermou. Na noite em que foi preso, sua alma
estava angustiada até a morte. Sendo o libertador, foi preso. Sendo santo, foi
escarnecido como criminoso. Sendo o criador foi cuspido pela criatura.
Agora, já arquejado e machucado pelos açoites, com seu rosto ensangüentado,
empreende a longa caminhada ao calvário. Sua fronte está ferindo e sangrando.
Seu corpo febril lateja debaixo das chicotadas e dos empurrões. Começa a grande
marcha para o monte do juízo. A maior marcha da história, não com rodas dos
carros de guerra, nem com o estrupido febril dos cavalos, mas com o ruído dos
passos de um homem, andando sob o peso de seu próprio cadafalso.
Jesus marcha arrastando consigo todas as máscaras da humanidade. Marcha debaixo
da zombaria da multidão. Seu corpo titubeia, caía, mas é levantado aos
empurrões e sob fortes açoites prossegue a marcha.
Jesus é erguido no leito vertical da morte. Suas mãos foram rasgadas, seus pés
pregados no lenho. Foram seis horas de vergonha e horror. Ali suspenso entre a
terra e o céu sofreu sede, dor, vergonha, humilhação, abandono. Ali desceu ao
inferno para nos libertar do cativeiro do pecado. O próprio universo entrou em
convulsão: houve trevas. O sol cobriu o seu rosto de vergonha. As pedras se arribaram
nos vales, os túmulos foram abertos.
Em
(Isaías 53:5) diz que Jesus foi ferido. Ferimentos, de acordo com a definição
de um cirurgião podem ser classificados por suas características:
Contusão
= É uma ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida
resultaria de um golpe com vara, como profetizado em Miquéias 5:1: “Ferirão com
vara a face ao juiz de Israel” e Mt 26:67: “O esbofetearam” e Jo 18:22: “Um dos
guardas deu uma bofetada em Jesus”.
Laceração
= É um ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração dos tecidos
era o resultado dos açoites. O chicote romano era uma tira de couro com várias
extremidades, cada uma com uma ponteira de metal. “Pilatos tomou a Jesus e
mandou açoitá-lo”. Seu corpo foi todo lacerado. Sua carne foi rasgada.
Penetração
= Trata-se de um ferimento profundo causado por um instrumento pontiagudo. Esse
ferimento foi causado pela coroa de espinhos que fez sangrar sua cabeça (Jo
19:2). “tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça” (Mt 27:30).
Perfuração
= Perfurar vem do latim “passar através de”. As mãos e os pés de Jesus foram
traspassados. Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos separando-os sem
quebrá-los.
Incisão
= É um corte produzido por um instrumento pontiagudo e cortante. “Um dos
soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água” (Jo 19:34).
COMO
JESUS REAGIU DIANTE DO SOFRIMENTO DA CRUZ
Ele
se entregou como sacrifício
A
morte de Cristo foi substitutiva. Ele foi a cruz em nosso lugar. Nós é que
devíamos ter suportado aqueles açoites. Nós devíamos ter carregado aquela cruz.
Mas ele tomou o nosso lugar.
Ele não tinha pecado: “nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua
boca” (v. 9).
Ele
é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. “Ele como cordeiro foi levado para o
matadouro” (v. 7).
“Ele
foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo foi
ele ferido” (v. 8).
Ele
não abriu a boca para pedir vingança aos seus algozes
“e
como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (v. 7).
Ele
se entregou. Ele voluntariamente foi a cruz. Jesus não se rebelou ao ser preso,
julgado, espancado, pregado na cruz. Ele
não bradou por vingança ou por socorro.
Ele
intercedeu pelos seus algozes
“levou
sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (V. 12).
Em
vez de vingar-se, de falar impropérios e despejar libelos acusatórios contra
seus algozes violentos, Jesus intercedeu por eles, ministrando-lhes seu amor e
seu perdão. Ele intercedeu e atenuou a culpa dos seus exatores.
A
GLORIOSA RECOMPENSA DA CRUZ
Jesus
venceu a morte
Ele
tirou o aguilhão da morte. Ele matou a morte. A morte agora não tem a última
palavra. Tragada foi a morte pela vitória.
V.
10: “verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor
prosperará nas suas mãos”. Ele
ressurgiu. Ele está vivo. Ele venceu a morte. Ele rompeu os grilhões da morte.
Ele abriu o túmulo de dentro para fora. Ele conquistou para nós imortalidade.
Aleluia!
Jesus
remiu um povo para Deus – v. 11-12
Ele
nos comprou com seu sangue. Ele tirou-nos da maldição, da escravidão, do
império das trevas, da potestade de Satanás, do jugo do pecado. Agora somos
livres, somos filhos de Deus. Agora
temos a justificação. Somos perdoados. Temos toda a justiça de Cristo em nossa
conta. Agora
somos filhos, herdeiros, adotados na família de Deus!
Jesus
chama um povo para si – v. 11,12
V.
11 – “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito”
V.
11 – “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte”.
Hb
12:2 – “o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz,
não fazendo caso da ignomínia”.
A
recompensa de Jesus é VOCÊ. É seu arrependimento,
é sua volta para Ele, a sua conversão. Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo, é
cuspir no seu rosto outra vez. Recebê-lo traz-lhe alegria. Cristo suportou tudo
por seu povo, pela igreja. Você faz parte da igreja de
Cristo?
Hoje,
o Pai quer lhe trazer a Jesus, para alegria de Jesus, para celebração de uma
festa no céu!
Rev. Hernandes Lopes