A Verdade é a Base do Verdadeiro Amor Cristão

sábado, 23 de junho de 2012

As Duas Partes da Predestinação


"E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou." (Romanos 8:30)

"E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade," (Efésios 1:5)


A predestinação inclui duas partes, a saber, Eleição e Reprovação. 

1. Eleição

A Bíblia fala de eleição em mais de um sentido:
(a) a eleição de Israel como um povo para um serviço especial e também para privilégios especiais (Dt. 4:37; 7:6-8; 10:15; Os. 13:5); 
(b) a eleição de indivíduos para algum ofício ou serviço especial (Dt. 18:5; 1Sm. 10:24; Sl. 78:70; Jr 1:5; João 6:70; Atos 9:16);
(c) a eleição de indivíduos para serem filhos de Deus e herdeiros da glória eterna (Mt. 22:14; Atos 13:48; Rm. 1:5; 1Co. 1:27, 28; Ef. 1:4; 2:10).
A última é a eleição que está em consideração aqui como uma parte da predestinação. 
Ela pode ser definida como o propósito eterno de Deus de salvar alguns da raça humana em e por Jesus Cristo. 

2. Reprovação

A doutrina da eleição naturalmente implica que alguns da raça humana não foram eleitos. Se Deus propôs salvar alguns, Ele também propôs não salvar outros. Isso está em perfeita harmonia com os ensinos da Escritura sobre esse ponto (Mt. 11:25, 26; Rm. 9:13, 17, 18, 21, 23; 11:7; 1Pe. 2:8; Judas 4). 

Reprovação pode ser definida como aquele decreto de Deus pelo qual Ele determinou privar alguns homens da operação da Sua graça especial, e puni-los por seus pecados, para a manifestação da Sua justiça. 

Dessa definição a reprovação parece ter realmente um propósito duplo, a saber:
(a) privar alguns da concessão de regeneração e graça salvadora; 
(b) conceder a eles a desonra e a ira de Deus pelos seus pecados. 

A objeção é algumas vezes levantada que essa doutrina expõe Deus à acusação de injustiça. Mas isso é dificilmente correto. Podemos falar de injustiça somente quando uma parte tem uma reivindicação sobre a outra. 

Se Deus concedeu perdão dos pecados e vida eterna a todos os homens, seria injustiça se Ele salvasse apenas um número limitado deles. Mas a situação é bem diferente onde todos perderam as bênçãos de Deus. Ninguém tem o direito de chamar Deus para prestar contas sobre a eleição de alguns e rejeição de outros. 

Ele teria sido perfeitamente justo, se não tivesse salvado nenhuma alma humana (Mt. 20:14, 15; Rm. 9:14, 15).


Louis Berkhof