por
Jonathan
Edwards
Conteúdo
- Os Demônios têm um
Conhecimento de Deus.
- Só o Conhecimento de Deus não é prova de salvação.
- As experiências religiosas não são prova de salvação.
- Objeção #1 - As pessoas são diferentes dos demônios.
- Objeção #2 - As pessoas podem ter sentimentos religiosos que os demônios não
podem.
- As verdadeiras experiências espirituais têm uma diferente origem.
- Uma verdadeira experiência espiritual transforma o coração.
- As genuínas experiências espirituais têm resultados diferentes.
- A visão da beleza de Cristo - o maior dom de Deus!
"Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem e estremecem." (Tiago 2:19)
Como você sabe se
pertence a Deus? Nós vemos nestas palavras no que algumas pessoas confiam como
sendo uma evidência de sua aceitação diante de Deus. Algumas pessoas pensam que
elas estarão certas diante de Deus se não forem tão más como algumas pessoas
ímpias. Há um sistema evangelístico em uso comum que pergunta às pessoas certas
questões. Uma das questões é: "Suponha que tu morras hoje. Por que Deus
deveria deixar-te entrar no Seu céu?" Uma resposta muito comum é: "Eu
creio em Deus". Aparentemente o apóstolo Tiago conhecia pessoas que diziam
a mesma coisa: Eu sei que estou no favor de Deus, porque eu conheço estas
doutrinas religiosas.
Certamente Tiago
admite que este conhecimento é bom. Não somente é bom, mas é também necessário.
Ninguém que não acredite em Deus, pode ser um Cristão; e mais do que isto, no
Único e Verdadeiro Deus. Isto é particularmente verdadeiro para aqueles que
tiveram a grande vantagem de realmente conhecer o apóstolo, alguém que poderia
lhes dizer em primeira mão de sua experiência com Jesus, o Filho de Deus.
Imagine o grande pecado de uma pessoa, que conheceu Tiago, e depois recusou
crer em Deus! Certamente isto faria sua condenação maior. Certamente, todos
Cristãos sabem que esta crença no Único Deus é somente uma parte das boas
coisas "porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que
Ele existe, e que é galardoador dos que O buscam". (Hebreus 11:6)
Todavia, Tiago é claro
que embora esta crença seja uma boa coisa, definitivamente ela não é prova de
que uma pessoa é salva. O que ele pretende dizer é isto: "Você diz que é
um Cristão e que está no favor de Deus. Você pensa que Deus permitirá que você
entre no céu, e a prova disto é: você crê em Deus. Mas, isto não á uma
evidência de maneira nenhuma, porque os demônios também creem e eles estão
certos de que serão punidos no inferno". Os demônios creem em Deus, podem
estar certos disto! Eles não somente creem que Ele existe, mas eles creem que
Deus é um santo Deus, um Deus que odeia o pecado, um Deus de verdade, que
prometeu julgamentos, e que cumprirá Sua vingança sobre eles. Esta é a razão
dos demônios "estremecerem" ou tremerem - eles conhecem Deus mais
claramente que a maioria dos seres humanos, e eles estão amedrontados. Todavia,
nada na mente do homem, que os demônios possam experimentar também, é sinal de
que a graça de Deus esteja em nossos corações.
Este raciocínio pode
facilmente ser girado ao redor. Supor que os demônios tenham, ou encontrem
dentro de si mesmos, algo da graça salvadora de Deus, não prova que eles irão
para o céu. Isto provaria um erro de Tiago. Mas, quão absurdo! A Bíblia deixa
claro que os demônios não têm esperança de salvação, e que sua crença em Deus
não tira sua futura punição. Portanto, crer em Deus não é prova de salvação
para os demônios, e pode-se dizer com segurança que tampouco para os seres humanos.
Os
Demônios têm um Conhecimento de Deus.
Isto é visto mais
claramente quando pensamos sobre o que os demônios são de fato. Eles não são
santos: qualquer coisa que eles experimentem, não pode ser uma santa
experiência. O diabo é perfeitamente mau. "Vós tendes por pai ao diabo, e
quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio,
e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere
mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira".
(João 8:44) "Quem comete o pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o
princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do
diabo". (1 João 3:8) Portanto, os demônios são chamados espíritos maus,
espíritos impuros, poderes das trevas, e assim por diante. "Porque não
temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados,
contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as
hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais". (Efésios 6:12)
Assim, é óbvio que
qualquer coisa nas mentes de demônios não podem ser santas, ou conduzir à
verdadeira santidade por si mesma. Os demônios claramente sabem muitas coisas
sobre Deus e religião, mas eles não possuem um santo conhecimento. As coisas
que eles conhecem em suas mentes podem fazer impressões em seus corações -
realmente, veremos que os demônios possuem sentimentos muito fortes sobre Deus;
tão forte, na realidade, que eles "estremecem". Mas, eles não possuem
sentimentos santos porque eles não têm nada a ver com a obra do Espírito Santo.
Se esta é a verdade sobre a experiência dos demônios, isto é também verdadeiro
sobre a experiência dos homens.
Note isto, que não
importa quão genuínos, sinceros, e poderosos estes pensamentos e sentimentos
são. Os demônios, sendo criaturas espirituais, conhecem Deus em um caminho que
os homens na terra não podem. O conhecimento deles sobre a existência de Deus é
mais concreto do que o conhecimento de qualquer homem possa ser. Porque eles
estão presos na batalha com as forças do bem, eles possuem uma sinceridade de
conhecimento também. Em uma ocasião, Jesus expulsou alguns demônios. "Que
temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus?", eles clamaram, "Vieste
aqui atormentar-nos antes do tempo?" (Mateus 8:29). Que experiência pode
ser mais nítida do que esta? Todavia, apesar dos pensamentos e sentimentos
deles serem genuínos e poderosos, eles não eram santos.
Também podemos ver que
os santos objetos de seus pensamentos não fazem seus pensamentos e sentimentos
serem santos. Os demônios sabem que Deus existe! Mateus 8:29 mostra que eles
sabem mais sobre Jesus do que muitas pessoas! Eles sabem perfeitamente que
Jesus julgara-los algum dia, porque Ele é santo. Mas é claro, que pensamentos e
sentimentos genuínos, sinceros e poderosos sobre coisas santas e espirituais,
não são prova da graça de Deus no coração. Os demônios têm estas coisas, e
enxergam adiante a punição eterna no inferno. Se os homens não têm mais do que
os demônios têm, eles sofrerão do mesmo modo.
Só o conhecimento de Deus não é prova de salvação.
Nós podemos fazer
diversas conclusões baseadas nestas verdades. Primeiramente que, não importa
quanto as pessoas possam saber sobre Deus e a Bíblia, isto não é um sinal certo
de salvação. O diabo antes de sua queda, era uma das mais brilhantes estrelas
da manhã, uma labareda de fogo, um que excedia em força e sabedoria. (Isaías
14:12, Ezequiel 28:12-19). Aparentemente, como um dos principais anjos, Satanás
conhecia muito sobre Deus. Agora que ele está caído, seu pecado não tem
destruído suas memórias de antes. O pecado destrói a natureza espiritual, mas
não as habilidades naturais, tais como a memória. Que os anjos caídos têm
muitas habilidades naturais pode ser visto em muitos versos da Bíblia, por exemplo,
Efésios 6:12. "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas,
sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das
trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares
celestiais". No mesmo modo, a Bíblia diz que Satanás é "mais
astuto" do que os outros seres criados. (Gênesis 3:1, também 2 Coríntios
11:3, Atos 13:10) Portanto, podemos ver que o Diabo sempre teve grandes
habilidades mentais e que é capaz de conhecer muito sobre Deus, sobre o mundo
visível e invisível, e sobre muitas outras coisas. Visto que sua ocupação no
princípio era ser um anjo principal diante de Deus, é somente natural que
compreender estas coisas sempre tenha sido de primeira importância para ele, e
que todas suas atividades tenham a ver com estas áreas de pensamentos,
sentimentos e conhecimento.
Porque era sua
ocupação original ser um dos anjos diante da própria face de Deus e porque o
pecado não destrói a memória, é claro que Satanás conhece muito mais sobre Deus
do que qualquer outro ser criado. Depois da queda, podemos ver de suas
atividades como a tentação, etc., (Mateus 4:3) que ele tem gastado seu tempo
para aumentar seu conhecimento e suas aplicações práticas. Que o seu
conhecimento é grande pode ser visto em quão enganador ele é quando tenta as
pessoas. A astúcia de suas mentiras mostra quão sagaz ele é. Certamente não
poderia manejar tão bem suas ludibriações sem um conhecimento real e
verdadeiro dos fatos.
Este conhecimento de Deus e de Suas obras é desde o princípio. Satanás existia
desde a Criação, como Jó 38:4-7 mostra: "Onde estavas tu, quando eu
fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência...Quando as estrelas da
alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?"
Assim, ele deve conhecer muito sobre a maneira como Deus criou o mundo, e como
Ele governa todos os eventos do universo. Além do mais, Satanás viu como Deus
desenvolveu Seu plano de redenção no mundo; e não como um inocente espectador,
mas como um inimigo ativo da graça de Deus. Ele viu Deus trabalhar nas vidas de
Adão e Eva, em Noé, Abraão, e Davi. Ele deve ter tomando um especial interesse
na vida de Jesus Cristo, o Salvador dos homens, a Palavra de Deus encarnada.
Quão próximo prestou atenção a Cristo? Quão cuidadosamente ele observou Seus
milagres e ouviu Suas palavras? Isto é o porque Satanás se pôs contra a obra de
Cristo, e foi para o seu tormento e angústia que Satanás assistiu a obra de
Cristo desvelada com sucesso.
Satanás, então, conhece muito sobre Deus e sobre a obra de Deus. Ele conhece o
céu em primeira mão. Ele conhece o inferno também, com conhecimento pessoal
como sua principal residência, e tem experimentado seus tormentos por todos
estes milhares de anos. Ele deve ter um grande conhecimento da Bíblia: pelo menos,
podemos ver que ele conhecia o suficiente para ver se conseguia tentar nosso
Salvador. Além do mais, ele tem tido anos de estudo dos corações dos homens,
seus campo de batalha onde ele luta contra nosso Redentor. Quanto labores,
esforços, e cuidados o Diabo usou através dos séculos a medida que ludibriava
os homens. Somente um ser com seu conhecimento e experiência sobre a obra de
Deus, e sobre o coração do homem, portanto, poderia imitar a verdadeira
religião e transformar-se em um anjo de luz. (2 Coríntios 11:14)
Portanto, podemos ver
que não há nenhuma quantidade de conhecimento sobre Deus e religião que poderia
provar que uma pessoa tem sido salva de seu pecado. Um homem pode falar sobre a
Bíblia, Deus, e a Trindade. Ele pode ser capaz de pregar um sermão sobre Jesus
Cristo e tudo que Ele fez. Imaginem, alguns podem ser capazes de falar sobre o
caminho da salvação e a obra do Espírito Santo nos corações dos pecadores,
talvez até mesmo mostrar a outros como se tornarem Cristãos. Todas estas coisas
podem edificar a igreja e iluminar o mundo, todavia, não é uma prova certa da
graça de Deus no coração de uma pessoa.
Pode também ser visto
que as pessoas meramente concordarem com a Bíblia não é um sinal certo de
salvação. Tiago 2:19 mostra que os demônios realmente, verdadeiramente, creem na verdade. Da mesma forma que eles creem que há um só Deus, eles concordam com
toda a verdade da Bíblia. O diabo não é um herético: todos os artigos de sua fé
estão firmemente estabelecidos na verdade.
Deve ser entendido
que, quando a Bíblia fala sobre crer que Jesus é o Filho de Deus, como uma
prova da graça de Deus no coração, a Bíblia tenciona dizer não um mero
concordar com a verdade, mas outro tipo de crença. "Todo aquele que crê
que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou
também ama ao que dele é nascido". (1 João 5:1) Este outro tipo de
conhecimento é chamado "a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da
verdade, que é segundo a piedade". (Tito 1:1) Há um acreditar espiritual
na verdade, o que será explicado mais tarde.
As
Experiências Religiosas não são prova de salvação.
Algumas pessoas têm
fortes experiências religiosas, e pensam delas como uma prova da obra de Deus
em seus corações. Freqüentemente, estas experiências dão às pessoas um
sentimento da importância do mundo espiritual, e a realidade das coisas
divinas. Contudo, elas, também, não são uma prova certa da salvação. Os
demônios e os seres humanos condenados têm muitas experiências espirituais que
têm um grande efeito em suas atitudes de coração. Freqüentemente, essas
experiências dão às pessoas um sentido da importância do mundo espiritual, e da
realidade das coisas divinas. Contudo, essas, também, não são uma prova seguro
de salvação. Os demônios e os seres humanos condenados têm muitas experiências
espirituais que causam um grande efeito nas atitudes de seus corações. Eles
vivem no mundo espiritual e vêem em primeira mão como este é de fato. Os
sofrimentos deles mostram-lhes o valor da salvação e o valor de uma alma humana
em uma maneira mais poderosa do que se possa imaginar. A parábola em Lucas
capítulo 16 ensina isto claramente, porque o homem sofrendo pergunta se Lázaro
pode ser enviado para avisar seus irmãos, a fim de evitarem este lugar de
tormento. Sem dúvidas, as pessoas no inferno têm uma ideia distinta da vastidão
da eternidade, e da brevidade da vida. Eles estão completamente convencidos de
que todas as coisas desta vida não são importantes quando comparadas com as
experiências do mundo eterno. As pessoas que estão agora no inferno têm um
grande sentido da preciosidade do tempo, e das maravilhosas oportunidades que
as pessoas têm, as que possuem o privilégio de ouvir o Evangelho. Elas estão
completamente conscientes da loucura do pecado, da negligência das oportunidades,
e de se ignorar as advertências de Deus. Quando os pecadores descobrem por
experiência pessoal o resultado final de seu pecado há "pranto e ranger de
dentes" (Mateus 13:42) Assim, até mesmo as mais poderosas experiências
religiosas não são um sinal seguro da graça de Deus no coração.
Os demônios e as pessoas condenadas também têm um forte senso da majestade e
poder de Deus. O poder de Deus é mais claramente demonstrado na execução de Sua
divina vingança sobre Seus inimigos. "E que direis se Deus, querendo
mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência
os vasos da ira, preparados para a perdição" (Romanos 9:22). Estremecendo,
os diabos aguardar a punição final deles, debaixo de um poderoso senso da
majestade de Deus. Eles sentem isto agora, certamente, mas no futuro isto se
mostrará em altíssimo grau, quando "se manifestar o Senhor Jesus desde o
céu com os anjos do seu poder. Como labareda de fogo..." (2
Tessalonicenses 1:7-8) Neste dia, eles desejarão fugir, se esconder da presença
de Deus. "Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos
que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele."
(Apocalipse 1:7) Portanto, todos O verão na glória de Seu Pai. Porém,
obviamente, nem todos que O verão, serão salvos.
Objeção
#1- As pessoas são diferentes dos demônios.
Agora, é possível que algumas pessoas possam objetar-se à tudo isto, dizendo
que os homens ímpios deste mundo são totalmente diferentes dos demônios. Eles
estão sob circunstâncias diferentes e são diferentes espécies de seres. Um
objetor pode dizer: "Aquelas coisas que são visível e presentes para os
demônios, são invisíveis e futuras para os homens. Além disso, as pessoas têm a
desvantagem de terem corpos, que restringem a alma, e impedem que as pessoas
vejam estas coisas espirituais em primeira mão.
Portanto, mesmo se os demônios
possuem um grande conhecimento e experiência pessoal das coisas de Deus, e não
têm graça, a conclusão não se aplica a mim". Ou, colocando de uma outra
forma: se as pessoas possuem estas coisas nesta vida, isto pode ser muito bem
um sinal seguro da graça de Deus em seus corações.
Na resposta, concorda-se que nenhum homem nesta vida jamais terá o grau destas
coisas como os demônios as têm. Nenhuma pessoa jamais estremecerá, com a mesma
quantidade de temor que os demônios estremecem. Nenhum homem, nesta vida, pode
jamais ter o mesmo tipo de conhecimento que o Diabo tem. É claro que os
demônios e os homens condenados entendem a vastidão da eternidade, e a
importância do outro mundo, mais do qualquer outra pessoa viva, e assim eles
desejam ardentemente a salvação ainda mais.
Porém, podemos ver que os homens neste mundo podem ter experiências do mesmo
tipo daquelas dos demônios e pessoas condenadas. Eles têm a mesma percepção
mental, as mesmas opiniões e emoções, e os mesmos tipos de impressões na mente
e no coração. Note, que para o apóstolo Tiago isto é um argumento convincente.
Ele argumenta que se as pessoas pensam que acreditar em um único Deus é prova
da graça de Deus, ela não é prova, pois os demônios creem no mesmo. Tiago não
está se referindo ao ato de crer somente, mas também às emoções e ações que vão
juntas com sua crença. Estremecer é um exemplo de emoções do coração. Isto
mostra que as pessoas têm o mesmo tipo de percepção mental, e que reagir no
coração da mesma maneira, não é sinal seguro de graça.
A Bíblia não declara quantas pessoas neste mundo podem ver a glória de Deus,
sem possuírem a graça de Deus nos seus corações. Não nos é informado exatamente
em que grau Deus Se revela a certas pessoas, e quantas deles responderam em
seus corações. É muito tentador dizer que se uma pessoa tem uma certa
quantidade de experiência religiosa, ou uma certa quantidade de verdade, ela
deve ser salva. Talvez, seja até possível para alguns povos não-salvos terem
experiências maiores do que aqueles que possuem a graça em seus corações.
Assim, é errado olhar para a experiência ou conhecimento em termos de
quantidade. Os homens que possuem uma genuína obra do Espírito Santo em seus
corações, têm experiências e conhecimento de um diferente tipo.
Objeção
#2- As pessoas podem ter sentimentos religiosos que os demônios não podem.
Neste ponto, alguém
pode replicar estes pensamentos dizendo: "Eu concordo com você. Eu vejo
que crer em Deus, entendendo Sua majestade e santidade, e conhecendo que Jesus
morreu por pecadores, não é prova da graça em meu coração. Eu creio que os
demônios podem saber estas coisas também. Porém, eu tenho algumas coisas que
eles não. Eu tenho alegria, paz e amor. Os demônios não podem tê-los, de forma
que isto deve mostrar que sou salvo."
Sim, é verdade que
você tem algo a mais do que os demônios possam ter, mas isto não é nada melhor
do que os demônios possam ter. Uma experiência pessoal de amor, alegria, etc.,
não pode ser porque eles tenham qualquer causa neles diferentes de um demônio,
mas somente diferentes circunstâncias. As causas, ou origens, de seus
sentimentos não são as mesmas. Esta é a razão porque estas experiências não são
melhores do que aquelas dos demônios. Para explicar melhor:
Todas as coisas que
foram discutidas antes sobre os demônios e pessoas condenadas, surgiram de duas
principais causas, entendimento natural e amor próprio. Quando eles pensam
sobre eles próprios, estas suas coisas são as que determinam seus sentimentos e
reações. O entendimento natural mostra-lhes que Deus é santo, enquanto que eles
são ímpios. Deus é infinito, mas eles são limitados. Deus é poderoso, e eles
são fracos. O amor próprio dá-lhes um senso da importância da religião, do
mundo eterno, e um desejo pela salvação. Quando estas duas causas trabalham
juntas, os demônios e os homens condenados conscientizam-se da terrível
majestade de Deus, quem eles sabem que será seu Juiz. Eles sabem que o julgamento
de Deus será perfeito e sua punição será para sempre. Portanto, estas duas
causas juntas com seus sentimentos causarão sua angústia no dia do julgamento,
quando eles verão a glória visível de Cristo e Seus santos.
A razão porque muitas
pessoas sentem alegria, paz e amor hoje, enquanto os demônios não, pode ser
mais devido suas circunstâncias, do que qualquer diferença em seus corações. As
causas em seus corações são as mesmas. Por exemplo, o Espírito Santo está agora
atuando no mundo impedindo que todos da humanidade sejam tão maus como poderiam
ser (2 Tessalonicenses 2:7). Isto está em contraste aos demônios, que são tão
maus como eles poderiam ser o tempo todo. Além do mais, Deus em Sua
misericórdia dá dons à todas pessoas, tal como a chuva para a colheita (Mateus
5:45), o calor do sol, etc. Não somente isto, mas freqüentemente as pessoas
recebem muitas coisas na vida que lhes trazem felicidade, tais como
relacionamentos pessoais, prazeres, músicas, boa saúde, e assim por diante.
Mais importante de tudo, muitas pessoas ouvem as novas de esperança: Deus
enviou um Salvador, Jesus Cristo, que morreu para salvar pecadores. Nestas
circunstâncias, o entendimento natural das pessoas pode fazer com que sintam
coisas que os demônios não podem sentir.
O amor próprio é uma
força poderosa nos corações dos homens, forte o bastante para fazer com que as
pessoas, mesmo sem a graça, amem aos que os amam: "E se amardes aos que
vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os
amam." (Lucas 6:32) É uma coisa natural para uma pessoa que vê Deus ser
misericordioso, e que sabe que eles não são tão maus como poderiam ser, serem
conseqüentemente seguros do amor de Deus por eles. Se seu amor por Deus vem
somente de seus sentimentos de que Deus te ama, ou porque você tem ouvido que
Cristo morreu por você, ou algo similar, então, a origem de seu amor por Deus é
somente o amor próprio. Isto reina nos corações dos demônios também.
Imagine a situação dos
demônios. Eles sabem que eles são irrefreáveis em sua maldade. Eles sabem que
Deus é seu maior inimigo e sempre será. Embora eles estejam sem qualquer
esperança, ainda estão ativos e lutando. Pense apenas, o que aconteceria se
eles tivessem algo da esperança que as pessoas têm? O que aconteceria se os
demônios, com seu conhecimento de Deus, tivessem suas maldades refreadas?
Imaginem se um demônio, depois de todos seus temores sob o julgamento de Deus,
fosse repentinamente levado a imaginar que Deus pudesse ser sue Amigo? Que Deus
poderia perdoá-lo e permiti-lo, com pecado e tudo, no céu? Oh a alegria, a
maravilha, a gratidão que nós veríamos! Não seria este demônio um grande amante
de Deus, visto que, apesar de tudo, todo mundo ama as pessoas que lhes ajudam?
O que mais poderia causar sentimentos tão poderosos e sinceros? É alguma
maravilha, que muitas pessoas são enganadas dessa maneira? Especialmente visto
que as pessoas têm os demônios para promover esta ilusão. Eles têm promovido
isto agora e por muito séculos, e ah!, eles são muito bons nisto.
As
verdadeiras experiências espirituais têm uma origem diferente
Agora chegamos à pergunta: se todas estas várias experiências e sentimentos vêm
de nada mais do que os demônios são capazes de possuir, quais são os tipos de
experiências que são verdadeiramente espirituais e santas? O que tenho que
encontrar em meu coração, como um sinal seguro da graça de Deus ali? Quais são
as diferenças que mostram-nas serem do Espírito Santo?
Esta é a resposta:
aqueles sentimentos e experiências que são bons sinais da graça de Deus no
coração diferem das experiências dos demônios em sua origem e em seus
resultados. Sua origem é a
percepção da devastadoramente santa beleza e amabilidade das coisas de Deus.
Quando uma pessoa entende em sua mente, ou melhor ainda, quando ela sente seu
próprio coração cativado pela atratividade do Divino, isto é um sinal
inequívoco da obra de Deus.
Os demônios e
condenados no inferno não experimentam agora, e nunca experimentarão nem um
pouco disto. Antes da queda deles, os demônios tinham esta percepção de Deus.
Mas em sua queda, eles a perderam, e a única coisa que eles poderiam perder do
seu conhecimento de Deus. Temos visto como os demônios possuem claras idéias
sobre como Deus é poderoso, sobre Sua justiça, santidade, e assim por diante.
Eles conhecem muitos dos fatos sobre Deus. Mas agora eles não têm um indício
sobre como Deus é. Eles não podem saber o que Deus é mais do que um cego pode
saber sobre cores! Os demônios têm uma forte percepção da terrível majestade de
Deus, mas eles não vêem Sua amabilidade. Eles têm observado Sua obra entre a
raça humana por estes milhares de anos, deveras com toda a atenção; mas eles
não podem ver um vislumbre de Sua beleza. Não importa quanto eles saibam sobre
Deus (e temos visto que eles sabem realmente muito), o conhecimento que eles
possuem nunca lhes trará a este alto e espiritual conhecimento de como Deus é.
Pelo contrário, quanto mais eles sabem sobre Deus, mais eles O odeiam. A beleza
de Deus consiste primariamente nesta santidade, ou excelência moral, e isto é o
que eles mais odeiam. É porque Deus é santo que os demônios Lhe odeiam. Alguém
pode supor que se Deus fosse menos santo, os demônios Lhe odiariam menos. Sem
dúvidas os demônios devem odiar qualquer Ser santo, não importa quem Ele seja.
Mas, certamente, eles odeiam este Ser ainda mais, por ser infinitamente santo,
infinitamente sábio, e infinitamente poderoso!
Pessoas ímpias,
incluindo aquelas ainda vivas, verão no dia do julgamento tudo o que há para
ver de Jesus Cristo, exceto Sua beleza e amabilidade. Não há nenhuma coisa
sobre Cristo que pudermos pensar, que não será posta diante deles em poderosa
luz naquele brilhante dia. Os ímpios verão Jesus "vindo nas nuvens, com
grande poder e glória". (Mateus 13:26) Eles verão Sua glória visível, que
é muito, muito maior do que podemos imaginar agora. Os ímpios serão totalmente
convencidos de tudo o que Cristo é. Eles serão convencidos sobre Sua
onisciência, a medida que eles virem seus pecados repassados e julgados. Eles
verão em primeira mão a justiça de Cristo, a medida que suas sentenças forem
anunciadas. Sua autoridade será feita absolutamente convincente quando cada
joelho se dobrar, e cada língua confessar a Jesus como Senhor. (Filipenses
2:10,11) A divina majestade será impressa sobre eles em um modo totalmente
efetivo, a medida que os ímpios forem lançados no inferno, e entrarem no seu
estado final de sofrimento e morte. (Apocalipse 20:14,15) Quanto isto
acontecer, todo seu conhecimento de Deus, tão verdadeiro e poderoso como possa
ser, não valerá nada, e menos do que nada, porque eles não verão a beleza de
Cristo.
Portanto, é esta visão
da amabilidade de Cristo que faz a diferença entre a graça salvadora do
Espírito Santo, e as experiências dos demônios. Esta visão ou percepção é que
faz a verdadeira experiência Cristã diferente de qualquer outra. A fé do povo
eleito de Deus é baseada nisto. Quando uma pessoa vê a excelência do evangelho,
percebe a beleza e amabilidade do plano divino da salvação. Sua mente é
convencida de que isto é de Deus, e crê nisto com todo seu coração. Como o
apóstolo Paulo diz em 2 Coríntios 4:3,4: "Mas, se ainda o nosso evangelho
está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste
século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a
luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus." Isto é
dizer, como foi explicado antes, que os incrédulos podem ver que há um
evangelho, e entender os fatos sobre ele, mas eles não vêem sua luz. A luz do
evangelho é a glória de Cristo, Sua santidade e beleza. Justamente após isto
nós lemos: 2 Coríntios 4:6 "Porque Deus, que disse que das trevas
resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação
do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo." Claramente, é
esta divina luz, brilhando em nossos corações, que nos capacita a ver a beleza
do evangelho e a ter uma fé salvadora em Cristo. Esta luz sobrenatural nos
mostra a superlativa beleza e amabilidade de Jesus, e nos convence de Sua
suficiência como nosso Salvador. Somente um Salvador glorioso e majestoso pode
ser nosso Mediador, permanecendo entre o culpado, pecadores merecedores do
inferno como nós mesmos, e um Deus infinitamente santo. Esta luz sobrenatural
nos dá uma percepção de Cristo que nos convence de uma maneira que nada mais
poderia fazer.
Uma
verdadeira experiência espiritual transforma o coração
Quando o pior dos
pecadores é levado a ver a divina amabilidade de Cristo, ele não mais especula
porque Deus deve estar interessado nele, para salvá-lo. Antes, ele não poderia
entender como o sangue de Cristo poderia pagar a penalidade pelos pecados. Mas
agora, ele pode ver a preciosidade do sangue de Cristo, e como Ele é digno de
ser aceito como um resgate para o pior dos pecados. Agora, a alma pode
reconhecer que ele é aceito por Deus, não por causa do que ele é, mas por causa
do valor que Deus põe no sangue, na obediência, e na intercessão de Cristo. Ver
este valor e dignidade dá à pobre alma culpada, um descanso que não pode ser
encontrado em qualquer sermão ou livreto.
Quando uma pessoa
chega a ver o fundamento apropriado da fé e da confiança com seus próprios
olhos, esta fé é salvadora. "Porquanto a vontade daquele que me enviou é
esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna."
(João 6:40) "Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste; eram
teus, e tu nos deste, e guardaram a tua palavra. Agora já têm conhecido que
tudo quanto me deste provém de ti. Porque lhes dei as palavras que tu me deste;
e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram
que me enviaste". (João 17:6-8)
É esta visão da divina
beleza de Cristo que cativa as vontades e atraí os corações dos homens. Uma
visão da grandeza visível de Deus em Sua glória pode esmagar os homens, acima
daquilo que poderão suportar. Isto será visto no dia do julgamento, quando os
ímpios serão trazidos diante de Deus. Eles serão esmagados, sim, mas a
hostilidade do coração permanecerá integralmente e a oposição da vontade
continuará. Mas por outro lado, um simples raio da glória moral e espiritual de
Deus e da suprema amabilidade de Cristo brilhando no coração, sujeita toda
hostilidade. A alma é inclinada a amar a Deus como se por um poder onipotente,
de modo que agora não somente o entendimento, mas todo o ser recebe e abraça o
amável Salvador.
Esta percepção da
beleza de Cristo é o principio da verdadeira fé salvadora na vida de um
verdadeiro converso. Esta é totalmente diferente de qualquer sentimento vago
que Cristo lhe ama ou morreu por ele. Este tipo de sentimentos confusos podem
causar um tipo de amor e alegria, porque a pessoa sente uma gratidão por ter
escapado da punição de seu pecado. Na realidade, estes sentimentos são baseados
no amor próprio, e de nenhuma maneira em um amor por Cristo. É uma coisa triste
que tantas pessoas são iludidas por esta falsa fé. Por outro lado, um vislumbre
da glória de Deus na face de Jesus Cristo causa no coração um supremo e genuíno
amor por Deus. Isto é porque a luz divina mostra a excelente natureza da
amabilidade de Deus. Um amor baseado nisto está muito, muito acima de qualquer
coisa que venha de um amor próprio, o qual os demônios podem possuir tão bem
como os homens. O verdadeiro amor por Deus que vêm desta visão de Sua beleza
causa uma alegria santa e espiritual na alma; uma alegria em Deus, e um
regozijo nEle. Não há regozijo em nós mesmos, pelo contrário há regozijo
somente em Deus.
As experiências genuínas espirituais têm resultados diferentes
A visão da beleza
das coisas divina causará verdadeiros desejos pelas coisas de Deus. Estes
desejos são diferentes das aspirações dos demônios, as quais acontecem porque
os demônios sabem da maldição que lhes esperam, e desejam que isto possa ser de
alguma forma diferente. Os desejos que vêm desta visão da beleza de Cristo são
desejos naturais livres, como um bebê desejando leite. Porque estes desejos são
tão diferentes das suas falsificações, eles ajudam à distinguir a genuína
experiência da graça de Deus da falsa.
As falsas experiências
espirituais têm a tendência de causar orgulho, que é um pecado especial do
diabo. "Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação
do diabo".(1 Timóteo 3:6) O orgulho é um resultado inevitável das
experiências espirituais falsas, embora elas sejam freqüentemente cobertas com
um disfarce de grande humildade. A experiência falsa é enamorada com si própria
e cresce assim. Ela vive da própria exibição de um jeito ou outro. Uma pessoa
pode ter um grande amor por Deus, e ser orgulhosa da grandeza de seu amor. Ele
pode ser muito humilde, e deveras orgulhoso de sua humildade. Mas, as emoções e
experiência que vêm da graça de Deus são exatamente opostas. A verdadeira obra
de Deus no coração causa humildade. Elas não podem causar qualquer tipo de
exibicionismo ou auto-exaltação. A percepção da terrível, santa, e gloriosa
beleza de Cristo mata o orgulho e humilha a alma. A luz da amabilidade de Deus,
e esta somente, mostra à alma sua própria vileza. Quando uma pessoa entende
isto, inevitavelmente começa um processo de fazer Deus maior e maior, e ele
mesmo menor e menor.
Outro resultado da
graça de Deus operante no coração é que a pessoa odiará cada mal e reagirá a
Deus com um coração e uma vida santa. As experiências falsas podem causar uma
certa quantia de zelo, e até muito do que é comumente chamado religião.
Contudo, não é um zelo pelas boas obras. Sua religião não é um serviço de Deus,
mas antes um serviço próprio. Isto é como o apóstolo Tiago o coloca neste mesmo
contexto, "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o
crêem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é
morta?" (Tiago 2:19,20) Em outras palavras, os feitos, ou boas obras, são
evidências de uma genuína experiência da graça de Deus no coração. "E nisto
sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu
conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a
verdade". (1 João 2:3,4) Quando o coração tem sido encantado pela beleza
de Cristo, como poderia responder de outra forma?
A visão da beleza de Cristo - o maior dom de Deus!
Quão excelente é esta
bondade interna e a verdadeira religião que vêm desta visão da beleza de
Cristo! Aqui você tem as mais maravilhosas experiências dos santos e anjos no
céu. Aqui você tem a melhor experiência do próprio Jesus Cristo. Embora sejamos
meras criaturas, isto é um tipo de participação na própria beleza de Deus.
"Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que
por elas fiqueis participantes da natureza divina." (2 Pedro 1:4).
"Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem
lhes parecia; mas este [Deus], para nosso proveito, para sermos participantes
da sua santidade." (Hebreus 12:10) Por causa do poder desta obra divina, há
uma habitação mútua de Deus em Seu povo. "Deus é amor; e quem está em amor
está em Deus, e Deus nele".
Este relacionamento
especial faz com que a pessoa envolta seja tanto feliz como abençoada, como
nenhuma criatura existente. Este é um dom especial de Deus, que Ele dá somente
para Seus favoritos. Ouro, prata, diamantes, e reinos terrestres são dados por
Deus para pessoas que a Bíblia chama de cães e porcos. Mas o grande dom de
contemplar a beleza de Cristo, é uma benção especial de Deus para Seus queridos
filhos. Carne e sangue não podem dar este dom: somente Deus pode concedê-lo.
Este foi o dom especial pelo qual Cristo morreu para obter para Seus eleitos.
Este é o sinal mais alto de seu eterno amor, o melhor fruto de Seus labores, e
a mais preciosa aquisição de Seu sangue.
Por este dom, mais do
que qualquer outro, os santos brilham como luzes no mundo. Este dom, mais do
que qualquer outro, é seu o conforto. É impossível que a alma que possua este
dom possa perecer. Este é o dom da vida eterna. Este é o início da vida eterna:
aquele que o tem, não pode jamais morrer. Este é o amanhecer da luz da glória.
Ele vem do céu, tem uma qualidade celestial, e guiará seu portador ao céu.
Aqueles que possuem este dom, podem vagar no deserto ou serem lançados pelas ondas
do mar, mas finalmente chegarão ao céu. Lá a faísca celestial se tornará
perfeita e elevada.
No céu, as almas dos santos serão transformadas em uma
brilhante e pura labareda de fogo, e eles brilharão eternamente como o sol no
reino de seu Pai. Amém.
Originalmente
intitulado A
Verdadeira Graça Distinguida da Experiência dos Demônios por
Jonathan Edwards, 1752. Esta versão moderna da linguagem é Copyright 1994 por
William Carson.
Tradução livre: Felipe
Sabino de Araújo Neto
http://www.monergismo.com/