“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a
porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. (Apocalipse 3:20)
Daqui é concluído, que Cristo está de pé e bate nos corações dos
pecadores não regenerados pelo ministério da palavra, e que eles têm suficiente
graça e força para abrir os seus corações para Ele, pois de outra maneira Ele
bateria em vão; porque que homem sábio ficará de pé na porta de outro e baterá,
se ele sabe que não há ninguém lá dentro que possa abrir para ele? E visto que
se requer dos homens, na conversão, que abram seus corações para Cristo,
conseqüentemente, a obra não é realizada por um poder irresistível, ou sem o consentimento
e cooperação da vontade do homem. Mas,
1. Deve ser provado que o ministério da palavra é alguma vez denotado
pelo bater nos corações dos pecadores não regenerados, ou que Deus, ou Cristo,
são ditos alguma vez bater nos corações dos homens pelo ministério da palavra. Os homens podem golpear o ouvido, somente Deus pode alcançar e golpear o
coração, o que é feito quando o Evangelho vem não em palavra somente, mas em
poder, e no Espírito Santo, e quando Deus faz isto, Ele faz não batendo e
golpeando, e então esperando até que a abertura é feita de dentro; mas Ele
golpeia o lar, e ao mesmo tempo abre a porta do coração, como Ele fez com
Lídia, por Sua poderosa e eficaz graça.
Deve ser também provado que Deus, na
conversão, ordene e requeira que os homens abram seus corações para Ele;
nenhuma dessas coisas podem ser provadas, seja a partir deste texto ou de
qualquer outro de toda a Bíblia; não está no poder do homem não regenerado,
sendo morto em delitos e pecados, nem em sua vontade, inclinações, desejos e
afeições, suas mentes carnais estando em inimizade contra Deus e Cristo, o
abrir o seu coração e deixá-lo assim.
E supondo que aquelas palavras
representam Cristo estando de pé e batendo na porta dos corações dos homens,
pelo ministério externo da palavra, não tem Ele a chave da casa de Davi, com a
qual Ele abre e nenhum homem fecha? E Ele faz isto pelo poder de Sua graça, sem
oferecer qualquer violência para as vontades dos homens, visto que seu povo é
feito um povo disposto no dia de Seu poder. Por conseguinte seu bater não é em
vão, visto que aos seus eleitos não somente a graça suficiente mas a graça
eficaz é dada, pela qual a porta dos seus corações é aberta para Ele, e outros
são deixados inescusáveis, que estão prontos para fazer subterfúgios tais como
estes:; tivesse Ele batido, eu teria aberto; tivesse eu ouvido, teria crido;
tivesse eu sabido, teria feito isto e não outra coisa. Mas,
2. Estas palavras não foram pronunciadas para pecadores não regenerados,
nem fazem elas qualquer referência para o abrir dos corações dos homens na
conversão, mas são dirigidas ao anjo da igreja de Laodicéia, e para os membros
daquela igreja, pessoas que professavam o nome de Cristo; os quais, embora não
fosse quentes, não eram todavia frios, e para os quais Cristo tinha uma
admiração, embora eles estivem neste estado de mornidão; e, portanto, toma todo
método apropriado para trazê-los de volta; que era muito parecida com a igreja
em Cantares de Salomão 5:2, Eu dormia, mas o meu coração velava. Eis a voz do
meu amado! Está batendo: Abre-me, minha irmã, amada minha, pomba minha, minha
imaculada - um paralelo para este texto, e que é, além do mais, o único no qual
é dito Cristo bater, e requerer de alguém que abra para Ele.
“Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a
vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns contra os outros, para que não sejais
condenados. Eis que o juiz está à porta.” (Tiago 5:8-9)
Agora, seu estar
na porta pode significar sua proximidade para julgar, veja Tiago 5:8,9; (esta
igreja de Laodicéia, sendo a última das igrejas, representa o estado da igreja
nos últimos tempos, que trará e concluirá com o julgamento geral;) ou senão o
propósito é mencionar a Sua presença nesta igreja, o que mostra Seu continuado
amor, cuidado, condescendência, e paciência para com ela. Seu bater na porta
não é pelo ministério da palavra, mas por algumas dolorosas dispensações de
providência, talvez perseguição.
Esta igreja estava em uma forma sonolenta,
morna, indiferente e segura de espírito, como aparece a partir dos versos
15-18. Cristo não permitirá que ela continue assim, e, portanto, toma Sua vara
em Suas mãos, permanece em sua porta, e dá algumas severas batidas e golpeadas
para trazê-la para Si mesmo, e para fora deste estado e condição de indolência,
indiferença e autoconfiança no qual ela estava; cujo sentido é confirmado pelo
verso precedente, Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e
arrepende-te.
“A voz do SENHOR clama à cidade e o que é sábio verá o teu nome. Ouvi a
vara, e quem a ordenou.” (Miquéias 6:9 )
por Dr. John Gill
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