Por Renato Vargens
Existe uma linha extremamente tênue entre
contextualização e sincretismo religioso. Na verdade, ouso afirmar que não são
poucos aqueles que no afã de contextualizarem a mensagem sincretizaram o
Evangelho.
Antes de qualquer coisa, gostaria de afirmar que
acredito na necessidade de que contextualizemos a mensagem da Salvação Eterna,
sem que com isso, negociemos a essência do evangelho. O problema é que devido a
"gospelização" da fé, parte da igreja brasileira começou a considerar
todo e qualquer tipo de manifestação cultural ou religiosa como lícita,
proporcionando com isso a participação dos crentes em eventos deste nipe,
desde que, houvesse mudança de nomenclatura. Nessa
perspectiva, apareceram as baladas, festas e boates gospel, como também
os arraiais evangélicos.
Diante do exposto, gostaria de ressaltar de forma prática e objetiva as
principais razões porque não considero lícito ou adequado cristãos organizarem
ou participarem de arraiais evangélicos:
O Background histórico das
festas juninas são idólatras, onde o objetivo final é venerar os
chamados “santos católicos”.
Bom, ao ler essa afirmação talvez você esteja dizendo
consigo mesmo: "Há, tudo bem, eu concordo, mas a festa junina que
eu vou não é católica e sim evangélica, portanto, não rola
idolatria."
Caro leitor, o fato de transformarmos uma festa
idólatra numa festa gospel, não a torna uma festa legitimamente cristã.
Do ponto de vista das Escrituras é preciso que entendamos que não fomos
chamados a imitar o mundo e sim a transformá-lo.
Outro ponto que precisa ser considerado é que ao criarmos uma festa junina
evangélica sem que percebamos, estamos contribuindo com a sincretização do
evangelho. Na verdade, ouço afirmar que não existem diferenças entre aqueles
que em nome de Deus fazem festas juninas, daqueles que em nome do Senhor,
promovem a relação entre o baixo espiritismo e o "Reteté de
Jeová."
Vale a pena ressaltar que não sou contra eventos ou festas que tenham bolos,
pés de moleque, salsichão, Cachorro quente e o maravilhoso angu a
baiana. Na verdade, tirando a canjica que eu detesto, eu amo tudo isso! Conheço
igrejas como exemplo a Igreja Batista de Japuíba em Angra dos Reis, pastoreada
pelo meu amigo Ezequias Marins que anualmente, organiza uma festa do
Milho sem as características juninas, como músicas, bandeiras, roupas
de caipira e etc. Na verdade, Ezequias e sua igreja entenderam o perigo do
sincretismo e organizaram uma festa cujo objetivo final é glorificar ao Senhor
através da evangelização.
Prezado amigo, diante do exposto afirmo que as igrejas que organizam festas
juninas com danças, vestes caipiras e outras coisas mais, romperam a linha
limite da contextualização embarcando de cabeça no barco do sincretismo.
Isto, posto, me parece coerente e sábio que em situações deste tipo
apliquemos a orientação paulina que diz: “Todas as
coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são
lícitas, mas nem todas as coisas edificam.” (1Coríntios 10:22-23)
Nenhum comentário:
Postar um comentário