A Verdade é a Base do Verdadeiro Amor Cristão

domingo, 11 de setembro de 2011

Deus, a maior necessidade da igreja

E Moisés disse ao SENHOR: Eis que tu me dizes: Faze subir a este povo, porém não me fazes saber a quem hás de enviar comigo; e tu disseste: Conheço-te por teu nome, também achaste graça aos meus olhos. Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo. Disse pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar. Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui. Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra? (Êxodo 33:12-16)

Infelizmente o cenário que temos hoje dentro do contexto da igreja chamada evangélica em nosso país e em muitos outros no mundo, é aquele que ensina com as suas práticas, que a maior necessidade da igreja são as bênçãos de Deus e não o próprio Deus. A pregação dos nossos dias tem feito do homem a medida das coisas e não mais o Senhor. Os homens trocaram Deus pelas bênçãos de Deus, trocaram a glória de Deus pela glória humana, as pessoas querem a bênção e não o Abençoador, querem a salvação e não o Salvador, querem os dons e não o doador. O evangelho moderno ensina que Deus está a serviço do homem e não o homem a serviço de Deus. A verdade é que precisamos desesperadamente da presença de Deus, pois sem ela as nossas vidas serão vazias, o nosso culto sem vida e as nossas mensagens mortas sem a presença de Deus. Não podemos confundir a onipresença de Deus com a presença manifesta de Deus, pois a onipresença nos diz que Deus está em todos os lugares, mas a presença manifesta de Deus nos fala da sua ação, da sua aprovação e da sua direção.

O contexto desta passagem (Ex 33:12-16) é justamente após a punição de Deus ao seu povo como castigo por terem construído um bezerro de ouro para a adoração no deserto, quando Moisés foi ao monte e ali esteve durante quarenta dias recebendo de Deus as tábuas dos dez mandamentos para normatizar o comportamento do seu povo. Como castigo pela idolatria, três mil homens foram mortos dentre aqueles que deixaram a terra do Egito. Depois de interceder pelo povo, no capítulo 33, Moisés ouve de Deus que seu anjo iria adiante do seu povo. No contexto acima fala-nos da oração de Moisés ao Senhor por sua presença, pois Moisés sabia que aquilo que afasta o homem da presença de Deus é o pecado, e foi justamente o pecado que aquele povo havia provocado a ira de Deus. Moisés então roga para que Deus seja com eles, pois entendia que a maior necessidade daquele povo era a presença de Deus.

O que aprendemos nesse contexto:

A presença de Deus entre o seu povo é obra da sua graça [vers. 12-13]

a) Moisés queria atender a vontade de Deus para ele e para o seu povo. Deus havia prometido no vers. 2 que enviaria o seu anjo adiante deles, e também lhes prometeu vitória, porém Moisés queria a presença de Deus e por ela roga. Sabia da importância de ter o anjo de Deus com eles, sabia que seria vitorioso, mas roga a Deus por sua presença. Moisés queria Deus, a presença de Deus. Shekhinah (em hebraico: שכינה - Divina presença).
b) Quando Moisés roga ao Senhor, a base do seu pedido é a graça de Deus. Moisés pede que o Senhor mostre o seu caminho, a sua vontade para que lhe conheça e que também considere a nação de Israel como seu povo. Observemos que Moisés ora a Deus respaldado na palavra de Deus quando lhe disse que este havia achado graça aos seus olhos, e por três vezes Moisés usa o termo graça para falar do seu chamado e também da revelação de Deus a sua pessoa.
c) Moisés sabia que o Senhor era gracioso, e esta graça havia se mostrado na vida do seu povo que foi tirado do Egito de forma sobrenatural, e agora em sua oração, a graça de Deus é lembrada num contexto de perdão e recomeço. Deus havia dito ao seu povo que não iria com ele porque este povo era povo de dura cerviz, mas depois da oração de Moisés Deus promete ir com eles. Observemos que Moisés cria categoricamente na graça de Deus, no seu favor imerecido e que o Senhor lhes podia trazer perdão, restauração, e sobretudo a sua presença.

A nossa maior necessidade é a presença de Deus. Não são as suas bênçãos, não são os seus dons... roguemos ao Senhor que nos faça conhecer a sua vontade, e que sejamos guiados por ela, mas que, sobretudo Ele seja conosco.

A presença de Deus entre o seu povo deve ser o nosso maior anseio [vers. 14-15]

 
 a)Depois da oração de Moisés e sua intercessão pelo povo, Deus promete ir com eles e lhes dar descanso, onde observamos as palavras de Moisés [vers. 15] – “Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui”. Tais palavras de Moisés revelam a sua dependência de Deus e a total necessidade do povo de tê-lo com eles na trajetória do deserto. Para Moisés era melhor não progredir naquele lugar a prosseguir sem a presença de Deus com o seu povo.

b) As palavras de Moisés nos fazem refletir sobre a diferença entre alguém que se sente totalmente dependente de Deus e aqueles que vivem apenas na expectativa da benção do Senhor. Consideremos o comportamento do povo diante de necessidades que se apresentaram na caminhada do deserto. O povo murmurou por pão, murmurou por água, por carne, por causa das lutas contra os inimigos e falavam em retroceder para o Egito diante das dificuldades, porém o que podia fazer Moisés estagnar era a possibilidade de Deus não estar com ele.

c) A igreja tem aprendido a buscar algo de Deus, a constituir para si ídolos em seus corações, e tem esquecido de sua grande necessidade. Recorrendo ao novo testamento, podemos perceber no livro Ap 3 as condições da igreja de Laudicéia, rica materialmente, porém as suas obras mantinham Cristo a porta, fora da igreja que havia perdido justamente a compreensão da necessidade da presença de Deus acima de todas as outras coisas - “Eis que estou à porta, e bato; (Ap 3:20a)”. Aquela igreja era espiritualmente pobre, como são pobres todos aqueles que não entendem que a presença de Deus é a maior necessidade da igreja.

A presença de Deus é o que difere o seu povo dentre todos os povos da terra [vers. 16]

 a)Esta colocação de Moisés revela a sua compreensão da graça eletiva de Deus, atribui ao Senhor o poder soberano de separar para si um povo que se distingui de todos os povos da terra. O poder está em Deus e não em nós. Esta verdade está presente em toda a escritura, e em Israel esta verdade se mostra de forma clara e graciosa.


b) Em 1Pedro 2:9, o apóstolo Pedro usa vários termos do velho testamento, e diz: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;”

c) O que nos difere dentre os povos é a presença de Deus conosco. Não são os nossos méritos, a nossa capacidade, a nossa teologia, mas a presença de Deus conosco o que nos faz privilegiados. Ainda que nada disso seja obra do nosso esforço como diz Efésios 2:8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. [...]”, é a presença do Senhor, é a Sua pessoa, é por Ele, por meio dEle e para Ele.


Qual é a sua maior necessidade?
Certamente é a presença de Deus. Clamemos então: Se o Senhor não for conosco, não nos faça subir deste lugar.

Conclusão: O filho foi presenteado pelo pai, porém o pai ausente a maior parte do tempo, e o filho quando perguntado sobre qual presente gostaria de ganhar no seu aniversário, o filho responde: Fique comigo hoje!

Assim como nossos filhos precisam mais de nós do que presentes, precisamos mais de Deus, Ele é a nossa maior necessidade. Que a sua maior necessidade se mostre no anseio pela presença de Deus.


Pr Romildon Andrade
Igreja Batista Graça e Paz

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